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sábado, 19 de outubro de 2013

Quase

Só há uma coisa pior
Que ter de levantar cedo da cama
Num dia frio:
É ter que te dar meio abraço
Meio beijo
Meia noite
Meio amor
Meio triste demais
Há sempre um meio
Há sempre algo no meio
Ai, esse destino preguiçoso!
Que deixou nossa história por escrever
Que tirou a glória de ser único do ponto final
Transformando-o em três
Quantos gerúndios hei de juntar
Para conseguir um particípio?
E quantas lágrimas hei de derramar
Para, quicá,
Alcançar um futuro?
Um futuro mais que perfeito
Um tempo que não existe
Mas nos toca o imperativo
Negativo
Com o dedo em riste
Dos advérbios,
Os de intensidade
De beijos
E saudades
Os de negação
Para desilusão
E uma palavra denotativa
Que mal advérbio é
Aquela que pega no nosso pé
Mais poderosa que um não
Mais misteriosa que um talvez:
Quase
Quase nossa vez

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