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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Castelo de Cartas

Os sentimentos que tenho são estes aqui:
Bem na superfície da minha pele
A lágrima
O sorriso
O arrepio
Sempre fui saudável
Sempre fui inabalável
Poucas vezes proferi a palavra
"Inacreditável"
Andava cheia de certezas
Eu era cética
Ética
Quase patética
Como boa virginiana,
De uma disciplina espartana,
Tratei meus sentimentos com a mesma frieza
A mesma destreza
Com a qual arrumava, meticulosamente, os enfeites da mesa
E então vem Shiva para destruir a fortaleza que Vishnu construiu
É como se alguém assoprasse meu castelo de cartas
E me desse uma vontade demente de sorrir
É assim toda vez que você aparece
Meu coração bate como um mar em fúria,
Mas meus olhos transbordam felicidade
É um equilíbrio caótico
De repente eu me vejo permitindo
Que troquem os garfos de lugar
Que deixem as roupas no chão
Que estalem os dedos das mãos
Que ponham os pés no sofá
Que me mostrem o que é amar
Eu me vejo permitindo
E achando lindo
Que alguém agite
Minha vida de manias e tiques
E que me toque lá no fundo
Onde jamais tocou
Qualquer coisa do mundo

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